Acredito que não exista área mais pressionada em uma empresa em situações de crise do que a área de Recursos Humanos. Por um lado, ela é pressionada por uma necessidade de redução de custos e se vê obrigada a conduzir, mesmo sem concordar, processos de demissão de pessoas. Vê jogado por terra os anos de investimentos em treinamento e capacitação, mostrando-se impotente ante a saída de profissionais e talentos que certamente, farão muita falta nos momentos de retomada do crescimento.
Conquistar espaço dentro das organizações e ganhar poder de decisão não é uma tarefa fácil. Este problema de difícil solução, só pode ser resolvido pelo desenvolvimento de um novo profissional de Recursos Humanos, alguém que se faça ouvir em todos os momentos, principalmente nos momentos de crise.
Está provado que, em momentos onde a sobrevivência da empresa está em jogo, as vozes que propõem ajustes simples e racionais, fáceis de compreender e que proporcionam resultados a curto prazo, são as mais ouvidas. Podemos citar a área financeira, que apresenta a realidade na frieza de uma planilha de cálculo, onde 2 + 2 sempre é igual a 4.
Estudos revelam o fato de que as próprias lideranças empresariais tem pouco conhecimento administrativo. Com isso, tornam-se presas fáceis de argumentos simplórios como, por exemplo, a lógica de que demitir 20% dos funcionários reduzirá os custos em 10%. Esta é uma “lógica” que descarta aspectos como a evolução de mercado, concorrência, formação das lideranças dos concorrentes, expectativas de crescimento pós-crise, entre muitos outros.
Estima-se que existam cerca de 1 milhão de profissionais atuando no segmento de Gestão de Pessoas entre as aproximadamente 6 milhões de empresas no Brasil.
Uma análise do perfil universitário destes profissionais revela que a maioria tem formação em Administração de Empresas, Psicologia, Pedagogia ou Direito, o que nos indica a visão de mundo destes especialistas e pode explicar as razões pelas quais falham a maioria dos planos de ajustes propostos pelos Gestores de Pessoas.
Mas, o que este profissional precisa fazer para que a organização o ouça, tornando-os uma referência em qualquer situação?
Uma boa dica é analisar como os demais membros da empresa entendem as informações e depois, utilizar "este caminho" para mostrar as ferramentas da Gestão de Pessoas em prol da sobrevivência da organização.
Já é um bom começo!
Sidnei Aquiles Cavicchia
Psicólogo Organizacional
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